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CEADEB Comunicação

Academia de Letras de Teófilo Otoni

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

PLURALIDADE CULTURAL


          Usos, costumes e tradições fazem parte do mundo em que vivemos. São inúmeras as diferenças que fazem parte da cultura de um povo: desde a linguagem, aos estilos musicais; festas, passando pelas danças; lendas; artesanatos; comidas; crendices; modo de vida, entre outras...

          É interessante esta pluralidade cultural. No Brasil, é uma mistura que representa as contribuições indígenas, europeias e africanas. Se na região litorânea, caranguejo é um delicioso crustáceo, em outras, é conhecida como aranha-caranguejeira (falo com conhecimento de causa, por ter morado nestas regiões); “enrabar”, em certa região, é linguagem chula e imoral; já em outras, significa ir atrás de outrem; correr para alcançar. “Trem” é transporte de cargas e passageiros; mas em determinados lugares, tal expressão é usada em alusão aos afazeres domésticos; ao ser humano ou a algo prazeroso (exemplo: “vou lavar os trens”; “ô trem bom”).

          A culinária tem sua diversificação: Caruru, vatapá, baião de dois, buchada, feijoada, sarapatel, bobó de camarão, purê, ensopado, vaca atolada, churrasco, galinha caipira, beijus, coalhada, farofa, requeijão com raspadura, pamonhas, canjica, caldo de mocotó, e por aí vai... É uma infinidade de criatividades, feitas pelas “mãos santas” da cozinha que preparam suculentas e apetitosas refeições.

          O que dizer das manifestações populares? Festas juninas, carnaval, natal; manifestações folclóricas como o “bumba meu boi”, “o boi-bumbá”; os reisados; as danças como o frevo, quadrilhas, carimbo, maracatu, a capoeira, etc. Com isso, “entram” em cena os instrumentos musicais como: o berimbau, pandeiro, zabumba, atabaque, tamborim, cuíca, reco-reco, surdo, agogô, sanfona, bandolim, cavaquinho, e muito mais.

          O artesanato também fala forte neste contexto: as tecelagens; obras de rendas; cestarias e trançados; esculturas em madeiras; artes com materiais recicláveis; trabalhos em cerâmicas, onde na Bahia, existe na cidade de Nazaré (das farinhas), há mais de 200 anos, a famosa “Feira dos Caxixis”, onde no período da semana santa, é feito exposição e venda dos produtos em cerâmica. Sem esquecer que em todo o país, existem feiras específicas, para exposições e vendas de cada artesanato citado.

          Contudo, o que mais me encanta é a linguagem mística em todo o país; sendo que a do nordeste é a que mais chama atenção. Vejamos algumas: “quieta moço”; “fala sério”; “você não é fraco não”; “ô xente”; “é bom a beça”; “gostoso como que”; “eta nós”; “qual é meu”; “vixe”; “ó pai, ó”; “um mundo veio de coisa”; “é bom demais da conta”; “cabra macho”; “vamos combinar”; “não é brinquedo não”; “é mesmo tchê”; “barbaridade”; “vou te contar”...

          Pois é, isso é a pluralidade cultural. Visto e contado em prosas e versos. Não obstante a isto, os povos se entendem; aprendem a ter respeito mútuo; e fica claro que é possível de alguma forma cada um dá a sua parcela de contribuição para o enriquecimento da nossa cultura como um todo, naquilo que sabe; naquilo que diz; naquilo que faz. Naquilo quê, de uma forma natural, faz parte da identidade de um povo.

Lucivalter Almeida








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