Usos, costumes e tradições fazem
parte do mundo em que vivemos. São inúmeras as diferenças que fazem parte da
cultura de um povo: desde a linguagem, aos estilos musicais; festas, passando
pelas danças; lendas; artesanatos; comidas; crendices; modo de vida, entre
outras...
É interessante esta pluralidade
cultural. No Brasil, é uma mistura que representa as contribuições indígenas,
europeias e africanas. Se na região litorânea, caranguejo é um delicioso
crustáceo, em outras, é conhecida como aranha-caranguejeira (falo com
conhecimento de causa, por ter morado nestas regiões); “enrabar”, em certa
região, é linguagem chula e imoral; já em outras, significa ir atrás de outrem;
correr para alcançar. “Trem” é transporte de cargas e passageiros; mas em
determinados lugares, tal expressão é usada em alusão aos afazeres domésticos;
ao ser humano ou a algo prazeroso (exemplo: “vou lavar os trens”; “ô trem
bom”).
A culinária tem sua diversificação:
Caruru, vatapá, baião de dois, buchada, feijoada, sarapatel, bobó de camarão,
purê, ensopado, vaca atolada, churrasco, galinha caipira, beijus, coalhada,
farofa, requeijão com raspadura, pamonhas, canjica, caldo de mocotó, e por aí
vai... É uma infinidade de criatividades, feitas pelas “mãos santas” da cozinha
que preparam suculentas e apetitosas refeições.
O que dizer das manifestações
populares? Festas juninas, carnaval, natal; manifestações folclóricas como o
“bumba meu boi”, “o boi-bumbá”; os reisados; as danças como o frevo, quadrilhas,
carimbo, maracatu, a capoeira, etc. Com isso, “entram” em cena os instrumentos
musicais como: o berimbau, pandeiro, zabumba, atabaque, tamborim, cuíca,
reco-reco, surdo, agogô, sanfona, bandolim, cavaquinho, e muito mais.
O artesanato também fala forte neste
contexto: as tecelagens; obras de rendas; cestarias e trançados; esculturas em
madeiras; artes com materiais recicláveis; trabalhos em cerâmicas, onde na
Bahia, existe na cidade de Nazaré (das farinhas), há mais de 200 anos, a famosa
“Feira dos Caxixis”, onde no período da semana santa, é feito exposição e venda
dos produtos em
cerâmica. Sem esquecer que em todo o país, existem feiras
específicas, para exposições e vendas de cada artesanato citado.
Contudo, o que mais me encanta é a
linguagem mística em todo o país; sendo que a do nordeste é a que mais chama
atenção. Vejamos algumas: “quieta moço”; “fala sério”; “você não é fraco não”;
“ô xente”; “é bom a beça”; “gostoso como que”; “eta nós”; “qual é meu”; “vixe”;
“ó pai, ó”; “um mundo veio de coisa”; “é bom demais da conta”; “cabra macho”;
“vamos combinar”; “não é brinquedo não”; “é mesmo tchê”; “barbaridade”; “vou te
contar”...
Pois é, isso é a pluralidade
cultural. Visto e contado em prosas e versos. Não obstante a isto, os povos se
entendem; aprendem a ter respeito mútuo; e fica claro que é possível de alguma
forma cada um dá a sua parcela de contribuição para o enriquecimento da nossa
cultura como um todo, naquilo que sabe; naquilo que diz; naquilo que faz. Naquilo
quê, de uma forma natural, faz parte da identidade de um povo.
Lucivalter Almeida
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